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jueves, 9 de junio de 2011

Entrevista # 2 Dr Sila por Tortuga


continuação entrevista de TortugaDr. Sila Carneiro da Silva
Engenheiro Agrônomo
Professor Associado - Departamento de Zootecnia - ESALQ/USP
Brasil
5. A pesquisa, o ensino, a extensão e a indústria estão preparados para esta “nova etapa”, para atender as exigências desta produção “limpa e verde”.
Não totalmente. Alguns dos segmentos citados já vêm se mobilizando e se preocupando com o problema, porém outros não. É preciso uma atuação muito forte no sentido de educar técnicos, produtores, empresários e pesquisadores, ressaltando a importância de que essa é uma nova realidade e que deverá nortear todas as relações comerciais e diplomáticas entre os países no futuro próximo.
6. Quais são as grandes evoluções em relação ao manejo de pastagens tropicais nos últimos anos? Como essa mudança de conceitos poderá contribuir para o aumento de produção e produtividade de leite e carne?
 A grande evolução, no Brasil, foi finalmente compreender que é preciso compreender os limites e os requerimentos de cada planta forrageira para que estratégias de manejo do pastejo possam ser idealizadas e implementadas. Estes limites, conhecidos e respeitados, asseguram estabilidade da comunidade de plantas no pasto e definem a amplitude possível de respostas passíveis de serem obtidas pelos animais em pastejo, tornando claro o potencial e a aptidão de produção de cada espécie forrageira. Não é novidade alguma, uma vez que os países desenvolvidos em pecuária no mundo alcançaram esse status porque em algum momento de suas histórias reconheceram o fato e se ajustaram para gerar o conhecimento necessário, permitindo a geração de soluções específicas para problemas regionais, dimensionadas para a realidade e necessidade do país.
7. Como essas pesquisas podem ser aplicadas em outros países de clima tropical?

A compreensão de “como as plantas funcionam” e sua relação com aspectos morfofisiológicos das plantas permite que o conhecimento possa ser utilizado em diferentes regiões do país e outros países da região tropical, uma vez que o padrão de resposta das plantas não muda. Muda apenas a velocidade dos processos e a magnitude da resposta, função, basicamente, da qualidade do meio onde se encontram (disponibilidade de fatores como água, luz, temperatura, nutrientes). O fato permite generalização de conceitos, de forma que a solução baseada nesses conceitos assuma valores e características específicas para a situação e necessidade de cada país.


8.  No trabalho de Sarmento e outros orientandos seus, como a utilização da altura “ideal” de pastejo e consumo 25% menor de minerais orgânicos resultou em 40% a mais de carne por hectare?

Cada planta possui uma amplitude ótima de manejo, dentro da qual a produção de matéria seca é relativamente estável. No caso do trabalho em questão, com o capim-marandu mantido a 10, 20, 30 e 40 cm por meio de lotação contínua e taxa de lotação variável, a produção de forragem foi estável entre 20 e 40 cm de altura, e o consumo crescente, assim como o ganho de peso dos animais até 40 cm. Contudo, o maior ganho de peso por hectare foi obtido aos 30 cm. Nesse experimento foi avaliado também o consumo de minerais orgânicos pelos animais e o resultado foi que o consumo de minerais foi menor quanto maior foi o consumo de matéria seca dos pastos. No caso dos pastos mantidos a 30 cm, condição em que se obteve o maior ganho de peso por hectare, o consumo de minerais foi 25% menor em relação aos animais mantidos nos pastos de 10 cm, uma vez que houve limitação para a ingestão de forragem. O fato aponta para a importância de conhecer como as respostas de plantas e animais são determinadas pelas condições de pasto geradas no campo, e destaca a situação de que a necessidade de minerais de animais que possuem níveis elevados de ingestão de forragem é reduzida, uma vez que ingerem mais minerais via consumo de pasto.
9. Minerais e vitaminas fazem parte dos nutrientes com grandes benefícios para sistemas intensivos de produção de leite e carne? Muito mais do que apenas para cobrir deficiências, mas sim para aumentar a produtividade de leite e carne, os índices reprodutivos e outros?

Minerais seguramente correspondem a uma necessidade em termos de suplementação de animais manejados em pasto. Mesmo que a forragem produzida seja de elevado valor nutritivo e consumo, ainda existem limitações na ingestão de minerais que só podem ser solucionadas via suplementação, indicando o potencial para o uso estratégico de suplementos minerais.

10.  Alguns pesquisadores dizem que o pecuarista do futuro jamais será o mesmo. Quais serão as exigências em relação ao seu desempenho na produção, administração e segurança alimentar?

O pecuarista do futuro deverá primar pelo fato de ser, acima de tudo, um excelente agricultor, que compreende e conhece sua principal cultura forrageira, o pasto, sendo capaz de idealizar estratégias de manejo que permitam colheita eficiente da forragem produzida, assegurando produção e produtividade animal, de forma rentável e sustentável. Para alcançar essa meta, ele deverá ser um excelente gestor de seu sistema de produção, sensível às necessidades e realidades de mercado, preços e aspectos relacionados com a preservação e qualidade do meio ambiente. Em outras palavras, ele deverá ser um empresário, profissional, capaz de ser flexível e ao mesmo tempo inovador para que tenha sucesso e seja capaz de se manter viável no contexto produtivo.


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